segunda-feira, 9 de junho de 2008

Discriminação é crime!


Há poucos anos, um jornal norte americano acusava o guerrilheiro zapatista chamado de Subcomandante Marcos de ter trabalhado num bar gay em San Francisco.
Ele respondeu : Marcos é gay em San Francisco, negro da África do Sul, asiático na Europa, hispânico em San Isidro, anarquista em Espanha, palestiniano em Israel, indígena nas ruas de San Cristóbal, rocker na cidade universitária, judeu na Alemanha, feminista nos partidos políticos, comunista no pòs guerra fria, pacifista na Bósnia, artista sem galeria e sem portfolio, dona de casa num sábado à tarde, jornalista nas páginas interiores do jornal, mulher no metropolitano depois das 22h, camponês sem terra, editor marginal, operário sem trabalho, médico sem consultório, escritor sem livros e sem leitores e, sobretudo, zapatista no Sudoeste do México...

LEIA OUTRAS REFERÊNCIAS:
http://www.planetaportoalegre.net/publique/cgi/public/cgilua.exe/web/templates/htm/1P4OP/view.htm?user=reader&infoid=11547&editionsectionid=243

Se há uma novidade no Fórum Social Mundial é essa outra esquerda: os ativistas, militantes, rebeldes, fora dos partidos, fora das intituições, fora do centro. "Desobedientes" de todo o mundo, nome do movimento italiano que incendeia as ruas, pregando a desobediência e a “sabotagem” social. Uma militância que não precisa de centro, porque trabalha em redes, não precisa definir o que é "de direita" e "de esquerda", porque para eles só existe "o lado de dentro".
Também não possuem nenhum modelo pronto para oferecer. O Fórum é apenas um dos laboratórios mundiais dessa nova política. Uma militância que quer fazer da resistência um ato de criação, um contrapoder. Para enfrentar um poder sem fronteiras nem limites, mutante, é preciso ser igualmente fluido e plástico. Criar novos ícones e ser pop. Conectar a gente das ruas com hackers, nômades, rebeldes. Criar curto-circuito nas velhas representações políticas.

Guerrilha simbólica
Uma fala inquietante: Frederic Jameson, o teórico marxista que pensa a pós-modernidade. Falou no Armazém do Cais, num calor amenizado por borrifadas de ar gelado saindo de bicos de gás, uma nuvem de ar condicionado que se desfazia em brumas. Jameson traçou uma linha de horrores e ceticismo diante da história, mas foi ao ponto ao falar da necessidade de uma “renovação simbólica”: “Temos que examinar profundamente por que o conhecimento das atrocidades do capitalismo não nos levam mais à ação. As lutas políticas, portanto, não devem mais ter como meta a conscientização das pessoas porque isso já provou ser insuficiente para fomentar a ação política”.


Trata-se agora de uma guerrilha simbólica, que restitua certo impacto emocional, sensorial. É a questão que une Jameson, os disobbedienti, os zapatistas, os ativistas.

A marcha e a multidão
Como criar um movimento de desobediência civil de massa? O Fórum, na trilha do movimento dos movimentos (Marcha Zapatista, Seattle, Gênova, Davos, Florença...) é uma resposta. No primeiro dia, a marcha de abertura foi uma imensa mobilização contra a militarização e a guerra. A experiência da multidão heterogênea é forte: comissões, coletivos, indivíduos, etnias diversas, nacionalidades, singularidades.
Indios mexicanos e peruanos, ativistas bolivianos, brasileiros, afros, campesinos, capoeiristas, gays, a esquerda tradicional, o PSTU trotskista (fazendo muito barulho, com velhos slogans), a Juventude Petista, o PT Jovem, a Sinistra Giuvenile, o MST, os partidos comunistas do mundo interiro, os Tambores pela Paz, o Candombe argentino, o Psicodrama das Cidades, a capoeira, o EZLN, a comissão dos “disobbedienti” italianos, palestinos e israelenses, ativistas japoneses, espanhóis, americanos, “piqueteros”, movimento negro, ecologistas, zapatistas, Movimento Popular das Favelas, Amigos da Terra, o movimento anarquista, a Economia Solidária, peruanas feministas defendendo a luta armada, ONGs, a luta antimanicomial, os pró-legalização das drogas, o movimento anarquista, os ativistas das rádios livres, da democratização da comunicação, do ATTAC, da mídia independente, as organizações de mulheres, jornalistas, juristas, artistas, curiosos, o povo de Porto Alegre, a multidão.
Leia mais: http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2368,1.shl

leia mais em: http://novoperiscopio.blogspot.com/

7 comentários:

Unknown disse...

A discriminação realmente é um crime que sempre esteve presente em nosso mundo. Existem inúmeros relatos de discriminação em diferentes âmbitos da sociedade, onde na maioria das vezes esta diretamente envolvida com questões de poder, a luta traçada entre dominados e dominantes, pelo qual a dominação é exercida tendo por base preceitos estabelecidos através de uma relação de poder.

Unknown disse...
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Unknown disse...

Não sei se compreendi bem a mensagem, mas achei muito interessante a proposta de contra poder, realmente não se pode superar, vencer, o capitalismo pelas armas deste sistema está mais do que na hora das várias vertentes crítico-revolucionárias(desobedientes), desunidas e desarticuladas estabelecerem uma conexão forte e revolucionária para superar este quadro atual.

Unknown disse...

A discriminação realmente é um crime que sempre esteve presente em nosso mundo. Existem inúmeros relatos de discriminação em diferentes âmbitos da sociedade, onde na maioria das vezes esta diretamente envolvida com questões de poder, a luta traçada entre dominados e dominantes, pelo qual a dominação é exercida tendo por base preceitos estabelecidos através de uma relação de poder.

TIAGO disse...

Então Jaques... aspectos em Marx, até onde conheço as obras deste ilustre pensador, nos levam a crer que todo sistema vigente economico tem seus dias contados... nao acredito no prevalecimento do capitalismo por mais 300 anos que sejam... mas as relações de poder e as relações de representação são armas do sistema que parecem se voltar contra ele e, na minha opinião são causadoras de manifestações, e lindas manifestações como a que inicia esta postagem pelo Márcio...

Anônimo disse...

O que poderíamos entender por rebeldes? Pessoas que vão contra essa política, economia, cultura, etc., dominantes? E revolucionários? Aqueles que querem mudar o sistema vigente, pois não suportam mais o peso de tanta repressão, e sem saída se encontram acuados. Digo que seria o FAZER ou NÃO FAZER, sendo que se fizer vai continuar sofrendo (tomando pedradas de todos os lados sem reclamar) e se optar pelo não fazer vai ser completamente "linchado" pela sociedade. Sociedade hipócrita que aprovam guerras, confrontos por concordarem que ISSO é para o bem da nação, vendo simplesmente de uma forma unilateral, que sem dúvidas afirmo que essa visão é difundida com a visão dos "dominadores". Bem, posso até estar errada com meus pensamentos, ou então, posso estar até equivocada em minha compreensão, mas como este é um espaço em que eu posso me expressar está aí minha opinião sincera.

Obs.: Não estou defendendo os "rebeldes" e "revolucionários" que acham que atos violentos irão resolver, mas defendo a idéia fosca que temos ao falar que estes mesmos estão pensando de forma errada só porque querem mudar. Vamos continuar na mesma sempre? Aceitando o que nos é exposto..

Guilherme Umemura disse...

Bom, eu não iria fazer nenhum comentário até ler as discussões que foram feitas até aqui. Então agora vai:

Tiago:
Concordo com o que você disse. Falando do sistema vigente(capitalismo),este não vai se sustentar por muito tempo, pois se a mecânica deste processo é um poder maior dominando um menor( referindo ao capital), chegará em um momento que apenas um irá deter todo os bens mundiais, e aí será a ruína deste tipo de sistema. Mas aí vem a pergunta a tona: -Se já sabe que vai acabar, por que continuar tentando? MInha resposta para isso seria aquela frase que, desculpe por minha falha, não lembro quem disse, fala sobre a teoria do caos necessário:(interpretação minha)
"Que somente com a desordem e o caos, o ser humano vai tomar consciencia de valores sociais e com isso, se formará um ser justo altruísta e humanitário."
Além de que, essa crença divina
é outro fator para manter tudo como está.Essa utopia por algo superior( paraíso) acaba fazendo com que o ser humano tenha uma conformidade acentuada com os problemas mundanos. "SOmente após essa descrença que o homem se tornará mais materialista(em relação ao bem comum)"(outra interpretação minha sobre uma citação de não lembro quem)

Darlene:

TAmbem concordo em partecom seu ponto de vista, pois geralmente estes que fazem rebeliões e revoluções que estamos acostumados em ver, são somente pessoas que querem saber de "oba-oba" promovendo bagunça e desordem social.
Pode ser que o motivo inicial seja bom, mas quando expressado dessa forma, acaba se banalizando e perdendo força, e , posteriormente, se marginalizando. Portanto, eu não sou muito de acordo com esses tipos de manifestações.
No Japão, houve uma vez que industriais entraram de greve. O metodo que foi utilizado foi o de produzir mais do que a meta proposta e trabalhar mais, todos os envolvidos usavam alguma coisa que identificassem que estavam em protesto ( boné escrito greve por exemplo).REsultado: as reivindicaçoes foram acatadas.

Enfim, não sei muito ao certo, mas essa discussão ao meu ver acabou fugindo um pouco do tema inicial, mas nem por isso deixa de ser considerações que influenciam em todo esse processo que foi proposto inicialmente.

SObre discriminação:

tambem é um dilema banalizado, já que todos medem suas palavras para dizer "olha o negro aí" ou "olha aquela mulher gorda" com medo de alguma repressão. Mas, como que vai se distinguir então? A pessoa "afetada" tem conciencia de sua cor de pele, faixa etária ou situação que se encontra, então por que do medo de evidenciar isto?
Eu como descendente de japonês então posso considerar discriminação todos me chamarem de japa e atribuir valores orientais sobre mim.
No meu ver isto ´eo seguinte:
Velho é velho não melhor idade
Negro é negro e não pessoa morena
Gordo é gordo e não pessoa obesa
e Assim vai...


Ps: desculpe pelo comentário longo mas é o que foi vindo na cabeça e eu fui digitando ... abraço!!!

Espero que todos continuem contribuindo com os blogs!!!!!
e Marcio..
PARABENS PELO ENCAMINHAMENTO QUE FOI DADA A DISCIPLINA